RIO E BRASÍLIA - Ao deixar o Ministério da Justiça nesta sexta-feira, Sergio Moro afirmou que o presidente Jair Bolsonaro queria interferir na Polícia Federal para ter em cargos estratégicos pessoas de sua confiança a quem ele pudesse solicitar informações de investigações. Preocupam o presidente dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal. Mas aliados dele e integrantes do judiciário afirmam também que Bolsonaro reclamava com frequência porque achava que a PF "fazia corpo mole" ao não investigar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e os governadores João Doria (SP) e Wilson Witzel (RJ).
- A recusa em atuar no inquérito das Fake News que pode respingar no Eduardo (Bolsonaro) foi o estopim - afirmou um integrante do Judiciário, que pediu anonimato. - Bolsonaro queria autonomia para 'pilotar' a PF como um todo, principalmente para investigar Maia, a quem ele vem pedindo mais empenho nas investigações – completou.
Os inquéritos do STF apuram a disseminação de fake news e ataques a parlamentares e ministros da Corte pelas redes sociais, enquanto o outro está centrado na organização de atos antidemocráticos no último fim de semana. A primeira investigação, segundo integrantes da Polícia Federal, já atinge um dos filhos do presidente.
Um aliado de Bolsonaro no Palácio do Planalto falou que o presidente reclamava também da falta de investigações sobre a atuação de João Dória e Wilson Witzel.
Em diferentes superintendências da Polícia Federal, o clima é de desconfiança sobre uma eventual nomeação do diretor da Agência Brasileira de Inteligência, Alexandre Ramagem. Segundo policiais, há uma tradição mínima de antiguidade e legitimidade para esses cargos.
O Globo
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